LÍNGUAS ALÓCTONES COMO COMPONENTES ADICIONAIS: NOVOS DESAFIOS GLOTIPOLITÍCOS PARA A EXPANSÃO E PERMANÊNCIA DA ATIVIDADE DE ENSINO-APRENDIZAGEM PLURILÍNGUE NO CURRÍCULO ESCOLAR ATUAL
DOI:
https://doi.org/10.47180/omij.v2i2.124Palavras-chave:
Línguas Adicionais, TASHC, Educação PlurilíngueResumo
Este estudo traz à baila uma problematização da situação de línguas alóctones brasileiras como o árabe, alemão, coreano, italiano, japonês, mandarim, polonês e ucraniano, atentando-se ao fato de que essas passam a não ser mais permitidas nos espaços escolares, outrossim nos currículos, dos anos finais do ensino fundamental e médio, para atender a orientação do ensino de Língua Inglesa como língua franca, que torna-se o único componente curricular de línguas estrangeiras legalmente possível no ensino básico, conforme a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) 9394 de 1996 que instituiu a Base nacional Comum Curricular (BNCC). Ancoramos nossos argumentos no aporte teórico-analítico da Teoria da Atividade Socio-Histórico-Cultural (TASHC) em interface com a perspectiva Glotopolítica, buscando compreender o que é preciso para manter e expandir a atividade de ensino plurilíngue nos currículos brasileiros. Como resultado, e em face às novas determinações do ensino de línguas estrangerias na escola, apontamos quais os possíveis novos desafios abarcados pela Linguística Aplicada e pela Educação que podem surgir com as novas normativas educacionais, e de que forma é possível intervir nas questões de políticas linguísticas nacionais que afetam a educação, contornando as práticas monolíngues nos espaços escolares.
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